CONTATO
Entre em contato conosco.
“Amo imagens quase tanto quanto música”, escreveu Debussy. De fato, encontramos em sua obra não só um grande número de pinturas tonais, mas também três obras que ele chamou de Imagens, cada uma delas um tríptico: duas para piano (1905 e 1907) e uma para orquestra (1906-1912).
Quando mandou para o editor a primeira série, Debussy escreveu: “Sem falsa modéstia, creio que estas peças vão ser um sucesso e que vão tomar seu lugar na literatura do piano, à mão esquerda de Schumann, ou à direita de Chopin, como você preferir”.
Livro I
A pianista Marguerite Long, contemporânea de Debussy, disse que o compositor se referia ao suave motivo do início de Reflets dans l’eau (Reflexos na água) como uma pedrinha no meio de um pequeno círculo na água. Este “círculo na água” vai aumentando, no entanto, até chegar a um clímax que se exaure rapidamente e ao qual se segue um final pensativo e introspectivo.
Debussy tinha profunda admiração pelos compositores franceses do século XVIII, como Rameau, um dos principais compositores do período. Homenagem a Rameau é escrita no estilo de uma sarabanda, uma dança da época, lenta e solene.
Já Mouvement (Movimento) se caracteriza por grande energia rítmica – Animé, assinala Debussy. Alguns críticos veem aqui um prenúncio da música baseada em ostinatos que Bartók e Stravinsky escreveriam mais tarde.
Livro II
Cloches à travers les feuilles (Sinos através das folhas) foi inspirada nos sinos de uma igreja na cidade francesa de Jura.
Et la lune descend sur le temple qui fut (E a Lua desce sobre o templo que existiu) evoca a música gamelan javanesa, que encantou Debussy quando a ouviu nas Exposições de Paris, em 1889 e 1900.
Poissons d’or (Peixes dourados) pode ter sido inspirada na imagem de uma laca chinesa, ou em uma gravura japonesa.
Vamos ouvir, a seguir, uma peça de cada livro tocada pelo próprio Debussy, em uma gravação para piano roll: do Livro II, Poissons d’or (Peixinhos dourados), e, do Livro I, Reflets dans l’eau (Reflexos na água):
E, a seguir, vamos assistir à interpretação do pianista Arturo Benedetti Michelangeli dos Livros I e II, em um registro histórico:
Debussy – Imagens Para Piano, Livros I e II | Arturo Benedetti Michelangeli (piano)