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No verão de 1788, depois de uma pausa de 16 meses, Mozart começa a compor de novo – e que grandes obras – suas últimas três sinfonias. E mais, trabalha com incrível velocidade: a Sinfonia nº 41 foi concluída em 16 dias!
O apelido “Júpiter” não foi dado por Mozart. É, no entanto, uma das poucas ocasiões em que um apelido faz sentido – se há alguma música olímpica, é esta.
O primeiro movimento, Allegro Vivace, é música de genuína grandeza, construída com uma grande riqueza de material temático, e nós sentimos o sopro de inspiração desde o primeiro instante. O arranjo dos elementos nesse movimento vai desde o quase militar até o elegantemente lírico.
O segundo movimento tem a indicação Andante Cantabile, e essa indicação (que Mozart, aliás, usava raramente) é importante, pois a música soa como a ária de uma ópera. Violinos, que tocam em surdina todo o tempo, introduzem os dois temas desse movimento em forma de sonata. A abertura parece a princípio macia, suave, mas Mozart sacode essa paz com ataques inesperados e turbulentos.
O terceiro movimento é um Minueto com Trio, muito embora ninguém jamais tenha dançado essa música forte e rápida, cujas linhas fluidas são temperadas por ataques dos metais e dos tímpanos. O Trio é dominado pelo som do oboé. No fim, as cordas ensaiam uma valsinha gentil que de repente se desvanece em pleno ar.
O Finale, Molto Allegro, não é apenas um dos melhores movimentos de Mozart, é uma das mais extraordinárias peças de música jamais compostas. Construído sobre um incrível entrelaçado de cinco motivos, é uma maravilha de engenhosidade contrapontística que forma o fecho perfeito para a obra sinfônica de Mozart.
Não importa quão brilhante, quão ofuscante mesmo seja o tratamento que Mozart tenha dado a seu material na seção de desenvolvimento – nada pode preparar o ouvinte para a parte final, para a coda. As trompas soam o motivo de quatro notas da abertura e, na mais brilhante escrita polifônica que se pode encontrar, Mozart enfeixa todos os seus temas em um magnífico contraponto de cinco partes enquanto a sinfonia se precipita para seu esplendor final de metais e tímpanos.
Mozart – Sinfonia nº 41 em Dó Maior “Júpiter”, K. 551 | Orquestra Filarmônica de Viena, sob a direção de Riccardo Muti