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Em 1712, Händel pediu licença de seu cargo na corte do Príncipe Eleitor de Hanover e foi para Londres. Lá, teve muito sucesso, aproximando-se, inclusive, da Rainha Anne. Como acabou ficando mais tempo do que a licença permitia, o príncipe alemão o demitiu.
Algum tempo depois, eis que o impensável acontece: por força de um Ato de Sucessão do Parlamento (1701), quando a Rainha Anne morre, quem ascende ao trono inglês é ninguém menos que o Príncipe Eleitor de Hanover, agora chamado George I da Inglaterra.
Händel fica em palpos de aranha – aquele que o mandara embora emerge agora como seu novo e mais poderoso chefe. Mas ele está acostumado a lidar com estes imbróglios e logo as coisas se arranjam. Afinal, assim como o rei, Händel também é alemão.
Porém, o rei não sabia falar inglês – usava o francês para se comunicar com seus ministros, e isso o isolava do convívio da corte. O fato é que uma das últimas coisas que George I fez antes de morrer, em 1727, foi assinar um Ato para a naturalização de George Friedrich Händel, entre outras pessoas.
A primeira encomenda de Händel como cidadão britânico foi a música para a coroação do novo rei. As quatro antífonas que ele compôs para a coroação do Rei George II e da Rainha Carolina tiveram muito sucesso. Foram executadas repetidas vezes durante a vida de Händel e posteriormente.
Zadok the Priest (Sadoc, o pontífice), a segunda antífona, tem sido tocada em todas as coroações desde então, inclusive na da Rainha Elizabeth II, em 1953. Seu texto é do Primeiro Livro de Reis, da Bíblia Sagrada:
“Sadoc, o Pontífice, e Natan, o profeta, ungiram Salomão rei.
E todo o povo se alegrou e disse: Deus salve o Rei, que o Rei viva para sempre!”
Sadoc, o Pontífice, abre com um longo ritornello com arpejos ascendentes dos violinos sobre acordes para as cordas graves e as madeiras. Esta introdução prepara o caminho para um esplendoroso clímax, na entrada do Coro a sete vozes, juntamente com os trompetes e os tímpanos.
Esta antífona, diz um comentarista, é um supremo exemplo da capacidade de Händel criar grande impacto e emoção usando os recursos mais simples.
O texto bíblico de Sadoc, o Pontífice tem sido usado em todas as coroações desde a do rei Edgar em 973, e a música de Händel, como já dissemos, desde 1727.