CONTATO
Entre em contato conosco.
Mendelssohn compôs seu Octeto para cordas em 1825, aos 16 anos.
Nesta época Beethoven e Schubert ainda estavam vivos e ativos. Schubert tinha composto seu Octeto para cordas e sopros um ano antes. O Octeto de Schubert seguia o modelo do Septeto de Beethoven.
Esta obra de Mendelssohn, o octeto, estabeleceu seu direito de se alinhar junto às de seus ilustres colegas. Este direito foi confirmado no ano seguinte quando compôs outra obra notável: a Abertura para Sonho de uma noite de verão.
A orquestração do octeto é a soma de 2 quartetos de cordas. São 4 violinos, 2 violas e 2 violoncelos. É uma obra de câmara onde cada voz é ouvida, onde cada voz é importante. Mas tem também um caráter sinfônico que Mendelssohn destaca:
‘O Octeto deve ser tocado no estilo de uma sinfonia em todas as partes. Os pianos e os fortes devem ser diferenciados com precisão e mais acentuados do que comumente se faz em peças deste tipo’.
O 1o. movimento é assinalado Allegro moderato ma con fuoco e certamente há fogo, brilho e paixão desde o início. Há uma interação fluente entre os instrumentos até que se atinge um
Contrastando com o 1º. Movimento, o Andante que vem a seguir é melancólico e sonhador.
Mendelssohn disse que a inspiração para o 3º. Movimento, Scherzo, lhe veio de versos do Fausto de Goethe:
As nuvens passam, a névoa recua,
Banhadas pela aurora e misturadas.
Suspira o vento nas folhas e nos juncos,
E nossa história se acabou.
A música desliza brilhante. Mendelssohn assinala Allegro leggierissimo, tão leve quanto possível. Maravilhoso exemplo de música de duendes travessos, música que gira, vibra e cintila até desaparecer como que por encanto.
O Final é um fugato a oito vozes, em que Mendelssohn demonstra seus consideráveis conhecimentos de contraponto.
Perto do fim, Mendelssohn traz de volta o tema do Scherzo, como uma contra-melodia dentro da complexidade polifônica da obra.
É um golpe de mestre, diz um crítico, em uma peça que seria uma realização brilhante para um compositor de qualquer idade.