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Juntamente com o Octeto, Op. 20, obra da juventude de Mendelssohn, seus dois trios para piano e cordas, escritos na maturidade, são o que há de melhor na música de câmara do compositor.
Schumann declarou a obra como o “Meister Trio” do período, comparando-a ao Trio Arquiduque de Beethoven e ao Trio Op. 100 de Schubert, considerados Meister Trios de suas respectivas épocas.
Cabe ao violoncelo apresentar os dois temas principais no primeiro movimento, que é realmente Molto allegro e agitato. Tanto nesse movimento, como no Final, o piano assume o primeiro plano logo após, demostrando grande virtuosismo.
É incrível como o Andante con moto tranquillo que se segue nos transporta imediatamente ao mundo das canções sem palavras (pode ser um clichê – todos os comentaristas dizem isso -, mas é impossível resistir). E como é bonito!
Outra comparação óbvia e irresistível: o Scherzo leggiero e vivace é música de duendes e fadas, vinda diretamente do bosque encantado do Sonho de uma Noite de Verão de Mendelssohn. É o mais breve dos movimentos do Trio (com menos de quatro minutos), mas é extremamente demandante para todos os intérpretes.
Já o Finale, Allegro assai appassionato, é um movimento de maior peso, em tom menor, cheio de energia e de fogo. Há alguns momentos de alívio de tensão e uma seção central, ampla e de grande sentimento, que faz um contraponto ao tom tempestuoso. Porém ele termina no mesmo clima, tempestuoso e não resolvido. Um poderoso crescendo encerra a obra.