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Il trionfo del Tempo e del Disinganno (O triunfo do tempo e da desilusão) é o primeiro oratório composto por Händel, em 1707. Ele tinha então 22 anos de idade e estava na Itália, onde ficaria por cerca de quatro anos, obtendo enorme sucesso, especialmente entre a nobreza e o clero.
Nobreza e clero eram, aliás, quase sinônimos naquela época. Händel chegou a Roma no início de 1707 e logo impressionou seus primeiros patronos, o Cardeal Carlo Colonna, o Cardeal Benedetto Pamphili e o Cardeal Pietro Ottoboni, com seu virtuosismo no teclado e suas composições inspiradas e brilhantes.
O libreto do Trionfo é, a propósito, de autoria do Cardeal Pamphili, já citado: uma alegoria moral-religiosa, gênero que estava em moda na época.
São quatro os seus personagens: Bellezza, uma linda moça; Piacere (Prazer), um encantador jovem de 16 anos (papel para soprano); Disinganno (Desilusão), experiente e realista, também chamado de Conselheiro; e Tempo, o “Pai Tempo”. Os três personagens masculinos tentam convencer Bellezza a seguir as convicções de cada um deles. Tempo e Disinganno lutam contra Piacere.
A obra trata, então, da conversão de Bellezza: de uma jovem fútil, que quer “aproveitar a vida”, para uma pessoa com valores e aspirações mais elevados.
Na ária final, Tu del ciel ministro eletto (Tu do céu ministro eleito), uma das mais belas já escritas por Händel, Bellezza se dirige aos anjos pedindo-lhes que ouçam seu apelo de iluminação espiritual e intelectual. Destaque para o violino obbligato: é quase um dueto entre voz e violino.
A ária termina o oratório em uma nota surpreendentemente tranquila, luminosa e comovente.