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Mozart compôs seis concertos para piano em 1784 – um dos melhores períodos de sua carreira – e o Concerto nº 19 K. 459 foi o último, terminado duas semanas antes do Natal. É uma das obras mais felizes destes tempos de felicidade.
Sabemos que este era um dos concertos prediletos de Mozart. Foi um dos que ele escolheu, seis anos depois de sua composição, para uma apresentação celebrando a coroação do Imperador Leopoldo II.
Com efeito, há algo de imperial na abertura deste Concerto. O primeiro tema tem o ritmo elegante e solene da marcha de entrada de um cortejo.
No lugar de um segundo movimento lento como de costume, Mozart escreveu um suave e lírico Allegretto. O tema é apresentado de modo simples, sem ornamentos.
Segue-se uma série de variações de diferentes climas e cores, inclusive excursões para tons menores. “É como andar em uma floresta num dia de sol”, diz um comentarista, “algumas áreas estão banhadas de luz, outras sombreadas”.
Sobre o terceiro movimento, disse o compositor Olivier Messiaen em uma de suas palestras sobre os concertos de Mozart: “o Finale do Concerto em Fá Maior é uma mistura extremamente incomum de um Scherzo com escrita acadêmica de fuga e com forma sonata e rondó”.
A extraordinária capacidade de combinar estas formas em um todo harmonioso passa muitas vezes despercebida em uma primeira audição da obra.
Mozart – Concerto para Piano e Orquestra nº 19 em Fá Maior, K.459 | Filarmônica de Câmara Alemã, com David Zinman (regente) e Radu Lupu (piano).