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Em 1838, Schumann mudou-se de Leipzig para Viena. Ele pretendia relocar sua revista de música, Neue Zeitschrift für Musik, e tentar publicar novas obras, mas não foi bem-sucedido: incapaz de enfrentar a censura e a burocracia intransigentes, voltou para Leipzig no ano seguinte.
Mas não veio de mãos abanando: Schumann tinha composto várias obras para piano, entre as quais o Arabesque, Op. 18, e o Humoresque, Op. 20.
Schumann não deu, a princípio, grande importância ao Arabesque, uma peça escrita para ganhar dinheiro e não para satisfação artística. A composição provou-se, no entanto, um marco em sua obra, introduzindo uma sutileza e uma graça em sua linguagem e resistindo ao estilo de salão, em voga na época.
O Arabesque tem o formato de um rondó em três partes, A, B e C, na sequência A-B-A-C-A. A seção A é gentil e lírica. Os episódios B e C são mais intensos. Segue-se um belo e inesperado postlúdio.
Schumann – Arabesque, Op. 18 |Emil Gilels (piano)