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Tchaikovsky

Tchaikovsky – Sinfonia nº. 5 em Mi Menor, Op. 64

Tchaikovsky escreveu sua Sinfonia nº. 5 entre maio e agosto de 1888. Ela estreou em novembro do mesmo ano, em São Petersburgo, regida pelo próprio compositor. 

Dividida em quatro movimentos, seu primeiro é iniciado com um Andante sombrio tocado pelos clarinetes, que evolui para um jovial Allegro. Os trágicos compassos de abertura do segundo movimento (Andante cantabile con alcuna licenza) irrompem posteriormente em acordes brilhantes. O movimento que se segue (Allegro moderato) é uma valsa. Já o último movimento (Andante maestoso – Allegro vivace), em tom maior, termina em uma marcha triunfante.

“Se a Quinta de Beethoven é o Destino batendo à porta, a Quinta de Tchaikovsky é o Destino tentando sair”, afirmou um comentarista após a sua estreia.

“E quase o faz, em uma jornada que ameaça culminar em uma série de acordes cruciais em Si maior. Porém, apesar da frequente interrupção dos aplausos do público neste trecho, a aventura continua até uma conclusão que é, até certo ponto, ambígua: quatro acordes de encerramento em Mi maior que podemos ouvir como triunfantes, mas que podem facilmente soar sinistros.”

“A Sinfonia nº. 5 adere à forma clássica de quatro movimentos, mas estes são unificados até certo ponto através da referência comum a um leit motiv, uma espécie de ideia fixa à maneira de Berlioz [na Sinfonia Fantástica] anunciada pelos sombrios clarinetes no início. A maioria dos comentaristas concorda que isso representa a ideia de Destino à qual Tchaikovsky se referiu em um esboço datado de abril de 1888. Essa ideia reaparecerá frequentemente na sinfonia, às vezes consideravelmente retrabalhada, e certamente define o tom sombrio que domina grande parte da obra.” 

“E, no entanto, nem tudo é sombrio. Raios de sol muitas vezes cortam as sombras: melodias secundárias esperançosas, orquestração de brilho luminoso, vivacidade e variedade rítmicas, passagens que têm a graça de um balé.” (*)

Tchaikovsky – Sinfonia nº. 5 em Mi Menor, Op. 64 | Orquestra do Teatro Mariinsky regida por Valery Gergiev.

(*) Comentários de James M. Keller, escritor das notas de programa para a Filarmônica de Nova York e para a Sinfônica de São Francisco, nos EUA. 

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