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Entre as esquisitices do compositor francês Erik Satie está a Musique D’Ameublement (música de mobiliário, ou música ambiente, música de fundo), que consiste em obras para serem apresentadas em exposições, festas e outras ocasiões.
A regra era que as peças não poderiam atrair a atenção das pessoas. Como uma mobília, a música deveria preencher o ambiente e misturar-se com os ruídos naturais, sem se impor.
Acontecia, porém, que, aos poucos, o público curioso ia se juntando à orquestra. Consta que, em uma de suas apresentações, Satie afastava as pessoas irritado.
No título de cada peça, o compositor já definia sua utilização:
– Tapisserie en fer forgé (Tapeçaria forjada a ferro) – para a chegada dos convidados (grande recepção), para ser tocada em um vestíbulo:
Orquestra Armonia Ludus
– Carrelage phonique (Mosaico fônico) – pode ser tocada durante um almoço ou um casamento civil:
Orquestra Armonia Ludus
– Sons industriels (Sons industriais)
Satie escreveu dois entreatos intitulados Chez um Bistrot e Un salon, no âmbito de sua “música de mobiliário”. O primeiro evoca a melodia de uma canção popular francesa não identificada (que possui algumas similaridades com o hino acadêmico “Gaudeamus igitur”). O segundo é uma paródia usando linhas melódicas da canção “Connais-tu le pays, où fleurit l’orangier?”, do 1º. Ato da ópera Mignon, de Ambroise Thomas, e da Dança Macabra de Saint-Saëns.
1º. entreato: Chez un Bistrot (Em um bistrô)
2º. entreato: Un salon (Um salão)
– Tenture de cabinet préfectoral (Revestimento de parede do gabinete do chefe):
Marius Constant, Ensemble Ars Nova
Com seu estilo despojado e irreverente, Satie foi um dos precursores do Minimalismo e da Muzak, a música ambiente que costumava ser tocada em elevadores, espaços comerciais e salas de espera na segunda metade do século 20.