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O Miserere foi composto pelo sacerdote católico, cantor e compositor italiano Gregorio Allegri (1582-1652), em 1638.
A peça destinava-se às Matinas, parte do ofício de Tenebrae (Trevas) da quarta-feira e sexta-feira santas. Era de uso exclusivo da Capela Sistina.
Seu texto é do Salmo 51: “Senhor tende misericórdia de mim segundo tua grande bondade, perdoa meus pecados”.
O coro é dividido em duas partes: uma para quatro vozes solistas e outra para cinco vozes. O coro a quatro vozes interpola passagens muito ornamentadas ao canto simples do coro de cinco vozes. A parte mais alta do canto chega a um dó muito agudo, raro na época.
Essas passagens, de grande beleza, foram cuidadosamente guardadas pelo coro papal ao longo de mais de 200 anos.
Durante uma visita a Roma, Mozart (então com 14 anos) teria ouvido o Miserere no ofício de quarta-feira da Semana Santa. No mesmo dia, ele teria reproduzido a partitura toda de memória. Teria voltado à Capela Sistina na sexta-feira santa, quando a obra foi executada novamente, para fazer pequenas correções a suas anotações.
O historiador inglês Charles Burney obteve a peça de Mozart e a publicou em 1771. A proibição do Vaticano foi, então, abolida.
Vamos ouvir o Miserere de Allegri com o King’s College Choir de Cambridge, sob a direção de Stephen Cleobury.