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A Cantata, BWV 140, “Wachet auf, ruft uns die Stimme” (Despertai, uma voz nos chama) é uma das maiores obras de Bach no gênero. Ela foi composta para o 27º domingo depois da Trindade, cujo Evangelho é o da parábola das dez virgens (Mateus, 25:1-13).
O libreto se baseia em um hino de Philipp Nicolai (1599) e suas três estrofes são usadas, porém o libretista interpola dois pares de recitativo e ária. Assim, enquanto as partes corais (o primeiro, o quarto e o último movimentos) se inspiram no Evangelho, os recitativos e as árias desenvolvem a ideia de um diálogo entre Jesus e a alma do fiel, que encontramos em outras cantatas.
Vamos ver inicialmente as partes corais, começando pelo quarto movimento. Bach transcreveu para o órgão este coral e o fez publicar como o primeiro dos Seis Corais Schübler (BWV 645).
O movimento de abertura é uma magnífica fantasia coral, em que as partes do coro são emolduradas por episódios instrumentais. As doze batidas repetidas várias vezes simbolizam o sino da meia-noite.
O coro final conta com a participação de um violino piccolo que toca uma oitava acima das vozes.
Vejamos agora as partes do texto interpoladas pelo libretista. Ele usa citações do Cântico dos Cânticos: Jesus é o noivo e a alma, a noiva.
As duas árias são, na realidade, dois duetos para o baixo (voz de Jesus) e o soprano (a alma do fiel). O primeiro é cheio de anseio místico: um violino piccolo afinado uma terça acima dá um brilho especial à peça. No segundo, de caráter dançante, o amor divino e o amor humano se encontram e se fundem em um só.
Bach – Cantata, BWV 140, “Wachet auf, ruft uns die Stimme” | Lisa Larsson (soprano), Lothar Odinius (tenor), Klaus Mertens (baixo), Orquestra e Coro Barrocos de Amsterdam, regido por Ton Koopman.