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A Cantata, BWV 49, Ich geh und suche mit Verlangen (Eu vou cheio de fervor à tua procura), de Bach, foi apresentada pela primeira vez no dia 3 de novembro de 1726. O libretista interpreta o Evangelho do domingo, que é o do banquete nupcial, como um diálogo entre o “noivo”, Jesus, e a “noiva”, a alma do fiel.
Dentro da linha de um diálogo, tanto o coro inicial como o coral final são omitidos. Em lugar do coro, está um esplêndido movimento de concerto, com órgão solista, mais tarde reutilizado por Bach no final do Concerto para Cravo, BWV 1053. Esta abertura é uma peça cerimonial que chama os convivas à festa.
Na primeira ária, do baixo, o noivo sai em busca da noiva: “Ich geh’ und suche mit Verlangen” (Eu vou cheio de fervor à tua procura). O baixo é acompanhado pelo órgão concertante.
Um breve recitativo leva a um duettino de caráter totalmente secular.
Vem então a ária da noiva, “Ich bin herrlich, ich bin schön” (Eu sou bela, eu sou maravilhosa), uma allemande de uma elegância coquette, em que o soprano é acompanhado por um oboé d’amore e por um violoncelo. Bach, com sua extraordinária sensibilidade para os timbres dos instrumentos, cria aqui, com o oboé d’amore e o violoncelo, mais o fagote e o órgão do contínuo, uma sonoridade de grande beleza e requinte.
O dueto final é uma peça admirável. O baixo e o órgão executam, de forma concertante, um elegante motivo ornamental derivado do coral que é cantado pelo soprano.
“A alegria secular e a piedade cristã parecem se fundir em uma só entidade, graças à intervenção da música”, afirma o musicólogo Ludwig Finscher.
Bach – Cantata BWV 49, “Ich geh’ und suche mit Verlangen” | Nuria Rial (soprano), Sebastian Noack (baixo), Coro e Orquestra da Fundação J. S. Bach, regidos por Rudolf Lutz