Obras

O VOLTAR
Bach – Cantata BWV 66 (Dialogus)
Bach

Bach – Cantata BWV 66 (Dialogus)

Bach poucas vezes chama de Cantatas as suas cantatas. As designações que ele usa são várias: Concerto, Concerto da Chiesa (concerto de igreja), Kirchenmusik (música de igreja), Kirchenstück (peça de igreja) e, também, em outros casos, o presente Dialogus.

Este diálogo, Erfreut euch, ihr Herzen (Que os vossos corações se alegrem), foi apresentado na segunda-feira de Páscoa de 1724. Não era uma obra nova; seus elementos essenciais remontam a uma cantata de aniversário escrita em Köthen.

Ao libretista desconhecido de Leipzig coube a ingrata tarefa de imaginar, para a música de Bach, um texto adequado para a segunda-feira de Páscoa.  É certamente em razão desta dificuldade que a letra não aborda especificamente nem a epístola, nem o Evangelho do dia, mas se limita a falar da alegria da celebração da Páscoa.

Esta é uma cantata alegre, leve. A obra toda transcorre em um clima de solene júbilo e de vigorosos contrastes – o que, aliás, impunha-se numa cantata congratulatória.

O grande coro de abertura tem uma estrutura da capo e um grande brilho instrumental e vocal na parte principal. O episódio intermediário começa quase como um recitativo, mas seu desenvolvimento é surpreendente e nos leva a momentos de grande beleza. Vale mencionar aqui a extrema ousadia do cromatismo.

Um breve recitativo accompagnato conduz à ária do baixo, que se liga ao coro anterior por sua tonalidade, ritmo e cadência.

Os personagens alegóricos FURCHT (Medo) e HOFFNUNG (esperança) iniciam, então, seu diálogo, em uma sequência cuidadosamente trabalhada: recitativo, dueto em arioso, recitativo e, por fim, um elegante dueto, em sua maior parte homofônico, em que intervém um violino concertante.  O fato de as duas vozes cantarem juntas é uma ilustração musical de que a Esperança convenceu o Medo a confiar no Senhor.

O breve coro final é, como convém a uma cantata de Páscoa, um Aleluia.

BachCantata BWV 66 | Coro e Orquestra da J. S. Bach Foundation regidos por Rudolf Lutz. Solistas: Alex Potter (contralto), Julius Pfeifer (tenor) e Dominik Wörner (baixo)

 

Assine nossa Newsletter

Inscreva-se aqui para receber alertas em seu email sempre que tivermos novos conteúdos por aqui.