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A Festa de Pentecostes era importante no calendário litúrgico luterano, sendo celebrada durante três dias: domingo, segunda e terça-feira. Ao longo dos anos, Bach escreveu pelo menos nove cantatas para estes três dias de festa.
A Cantata BWV 68 foi composta para a segunda-feira depois de Pentecostes, em 1725. O Evangelho do dia é João 3:16-21, que diz que Deus enviou Cristo não como juiz, mas como Redentor.
A libretista Marianne von Ziegler usa na abertura uma antiga paráfrase em versos do início deste Evangelho: “Also hat Gott die Welt geliebt“ – “De tal modo Deus amou o mundo que lhe deu Seu Filho unigênito; para que todo que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele”.
Bach constrói sobre este texto um de seus mais originais coros de abertura. O hino é cantado em forma de moteto. Sua melodia é ornamentada, quase a ponto de não poder ser reconhecida. O moteto está, por assim dizer, envolvido por um siciliano ao mesmo tempo grave e sedutor.
As obrigações contratuais de Bach de escrever cantatas para todos os dias de festa eram extremamente pesadas. Às vezes, como no caso da Cantata BWV 68, ele tinha de recorrer ao material de obras anteriores. Aqui, as duas árias da obra são adaptadas de outras duas árias da Cantata da Caça, uma peça profana.
Bach – Cantata BWV 68 | Carinne Tinney (soprano), Christian Wagner (baixo) e Fundação Barroca de Stuttgart, regidos por Kay Johannsen.
Já comentamos aqui sobre a ária Mein gläubiges Herze (Meu coração fiel), da Cantata BWV 68:
Bach – Cantata BWV 68: Ária Mein gläubiges Herze (Meu Coração Fiel)