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O Oratório da Páscoa narra a descoberta pelos discípulos de Jesus, no domingo de Páscoa, de que seu sepulcro estava vazio e da surpresa e alegria ao perceberem que Jesus tinha ressuscitado.
A abertura orquestral, uma Sinfonia, tem dois movimentos contrastantes: um Allegro seguido de um Adagio muito expressivo. Só então, no terceiro movimento, entram as vozes, um coro com um dueto para tenor e baixo.
A obra tem três árias: uma para soprano, uma para tenor e uma para contralto. É curioso observar que as três árias e o coro final são uma sucessão de danças, como em uma suíte.
A ária do soprano é um minueto; a do tenor uma bourrée; a do contralto uma gavota; e o coro final uma giga escrita à moda de uma Abertura Francesa, concluindo de maneira brilhante o Oratório.
Aqui, convém esclarecer que os luteranos ortodoxos, como Bach e sua audiência de Leipzig, não estabeleciam fronteiras rígidas entre a música sacra e a profana. Toda música trazida à igreja era, ipso facto, consagrada.
Bach – Oratório da Páscoa, BWV 249 | Agnès Mellon (soprano), Andreas Scholl (contralto), Mark Padmore (tenor), Peter Kooy (baixo) e Collegium Vocale Gent regidos por Philippe Herreweghe