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Berlioz

Berlioz – Sinfonia Fantástica

A Symphonie Fantastique: Épisode de la vie d’un Artiste, en cinq parties (Sinfonia Fantástica: Episódio na vida de um artista, em cinco partes) foi composta por Hector Berlioz (1803-1869) em 1830. É a mais conhecida de suas composições e um clássico do repertório de concerto.

Considerado um dos maiores orquestradores da história da música, Berlioz dividiu a instrumentação da sinfonia para uma orquestra de mais de 90 músicos, mais do que em qualquer outra sinfonia até então: 

  • 2 flautas (uma dobra o piccolo), 2 oboés (um deles dobrando o corne inglês), 2 clarinetas, 4 fagotes;
  • 4 trompas, 2 cornetas, 2 trompetes, 3 trombones, 2 tubas/oficleides;
  • 2 pares de tímpanos, címbalos, címbalo suspenso, tambor tenor, tambor baixo, sinos (sons em dó e sol);
  • 4 harpas
  • cordas: Berlioz especificou pelo menos 15 primeiros violinos, 15 segundos violinos, 10 violas, 11 violoncelos e 9 contrabaixos. 

Berlioz descreve a obra: 

“A Sinfonia Fantástica conta a história de um artista de imaginação fértil que, em profundo desespero por causa de um amor sem esperança, envenena-se com ópio.”

A composição é dividida em cinco movimentos, todos conectados por um tema condutor recorrente, chamado por Berlioz de “ideia fixa”:

  1. Sonhos, Paixões.
  2. Um Baile.
  3. Cena no Campo.
  4. Marcha para o Cadafalso.
  5. Sonho de uma noite de Sabá. 

Na estreia da peça, o público recebeu as notas de programa escritas pelo compositor explicando cada movimento:

“A intenção do compositor foi desenvolver episódios da vida de um artista que se prestem a tratamento musical. Como a obra não se pode valer da palavra, o plano do drama instrumental deve ser exposto antes. O programa seguinte deve então ser considerado como o texto falado de uma ópera, que introduz os movimentos e explica seu caráter e motivação.”

Berlioz descreve o último movimento, Sonho de uma noite de sabá:

“[A dose de ópio que o artista tomou não o mata, mas induz a um sono pesado, acompanhado das mais estranhas visões…] 

Ele se vê num sabá [segundo uma crença medieval, reunião de bruxas à meia-noite de sábado sob a direção de Satanás], no meio de um horrendo encontro de sombras, feiticeiros e monstros de todos os tipos reunidos para seu funeral. Estranhos sons, gemidos, gargalhadas e gritos longínquos são respondidos por outros gritos.

A melodia da amada (ideia fixa) reaparece, mas agora sem seu caráter nobre e reservado; não passa de uma melodia vulgar e grotesca: é ela que está vindo ao sabá… Ela é recebida estrepitosamente e se entrega à diabólica orgia… Sinos fúnebres dobram uma paródia burlesca do Dies Irae (Dia da Ira, do Julgamento Final). A dança das bruxas se combina com o Dies Irae.

O tema da ideia fixa pode ser ouvido no início do vídeo, até 1’07”:  

Outro tema importante é o do Dies Irae, que podemos ouvir no vídeo a seguir:

Assista ao último movimento da Sinfonia Fantástica, interpretado pela Orquestra Nacional da França regida por Leonard Bernstein:

Berlioz – Sinfonia Fantástica, op. 14, Finale: Sonho de uma Noite de Sabá

 

E, a seguir, a obra completa:

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