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Chopin – Prelúdios, Op. 28 – Seleção

O modelo clássico de uma sequência transversal ao longo das tonalidades é, sem dúvida, O Cravo Bem Temperado de Bach. São 48 prelúdios e fugas abrangendo todas as tonalidades.

Chopin conhecia de cor O Cravo Bem Temperado e o usava em suas práticas e como material didático para seus alunos.

Quando resolveu escrever seus Prelúdios, teve uma abordagem mais compacta, compondo 24 peças em todas as tonalidades – não incluiu, assim, as fugas.

Este fato deu origem a um questionamento: são prelúdios, mas de quê? Nada os segue…

O crítico Reinhard Schulz esclareceu a questão: “O propósito de um prelúdio tem sido o de estabelecer o clima do que se segue… Cada um dos Prelúdios de Chopin deve ser entendido como contendo a essência de todo um mundo de sentimentos – cabe ao ouvinte completar a pintura em sua mente”.

Os Prelúdios, Op. 28, são peças autocontidas, cada uma com sua personalidade própria, e muito curtas – quase a metade delas dura menos de um minuto.

Dois dos maiores pianistas da história da música, Hans von Bülow e Alfred Cortot, nos proporcionam, a seguir, o privilégio de conhecer suas visões e os sentimentos a respeito de algumas dessa peças:

Prelúdio nº 4

– Cortot: Sobre um túmulo;

– Bülow: Sufocação.

Katia Buniatishvili (piano)

Prelúdio nº 8

– Cortot: A neve cai, o vento zune – o furor da tempestade; mas em meu triste coração, a tempestade é o pior sofrimento;

– Bülow: desespero.

Daniil Trifonov (piano)

 Prelúdio nº 9

– Cortot: vozes proféticas;

– Bülow: visão.

Daniil Trifonov (piano)

Prelúdio nº 15

– Cortot: mas a morte está aqui, nas sombras;

– Bülow: gota de chuva (gota d’água).

Daniil Trifonov (piano)

Prelúdio nº 16

– Cortot: descida ao abismo;

– Bülow: Hades.

Beatrice Rana (piano)

 Prelúdio nº 17

– Cortot: ela me disse “eu te amo”;

– Bülow: uma cena na praça da (catedral) Notre Dame em Paris.

Arthur Moreira Lima (piano)

 Prelúdio nº 18

– Cortot: maldições divinas;

– Bülow: suicídio.

Vikungur Ólafsson (piano)

Prelúdio nº 20

– Cortot: funeral;

– Bülow: marcha fúnebre.

Alfred Cortot (piano, 1933)

Prelúdio nº 24

– Cortot: sangue do prazer mundano, da morte;

– Bülow: a tempestade.

Maurizio Pollini (piano)

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