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DebussyDebussy plays DebussyMúsica Francesa

Debussy – Prelúdios: Livro I

Claude Debussy era um autodidata versado em literatura e artes visuais, além de música. Na década de 1870, foi influenciado pelos poetas simbolistas.

O movimento simbolista, inspirado pelos escritos macabros de Edgar Allan Poe, era em parte uma reação ao Iluminismo do século XVIII. Iniciado na França com a publicação das Fleurs du Mal (As Flores do Mal) de Baudelaire, o movimento rejeitava também o sentimentalismo dos românticos. Debussy conhecia bem os trabalhos de Poe e Baudelaire, chegando a utilizar a poesia desses autores em um ciclo de canções de 1889. Usou ainda textos de Mallarmé e Verlaine.

Nas artes visuais, as influências foram ainda mais amplas, começando pelas fêtes galantes (festas galantes: tipo específico de pintura rococó que dá destaque às festas ao ar livre e a jovens elegantes) de Jean-Antoine Watteau (1684-1721). Para Henri de Regnier, poeta, novelista e ensaísta francês, os quadros de Watteau devem ser ouvidos tanto quanto vistos – ele é o mais musical dos pintores” (1921).

Entre as outras influências visuais de Debussy, destacam-se as paisagens marinhas do pintor inglês William Turner (1775-1851), os trabalhos esotéricos do norte-americano James Whistler (1834-1903), que caracterizava muitos de seus quadros em termos musicais, e os pintores pré-rafaelitas britânicos, especialmente Dante Gabriel Rossetti (1828-1882).

Debussy também foi profundamente afetado pela música gamelan que ouviu no Pavilhão de Java, na Exposição Mundial de 1889, em Paris, caracterizada por seu complexo padrão rítmico, pela sonoridade de seus instrumentos de percussão, como os vários tipos de gongos, e pelo uso da escala pentatônica.

O que ouvimos no primeiro livro dos Prelúdios é um amálgama de todas essas influências citadas.

Ouça o próprio Debussy interpretando, do Livro I de Prelúdios,  primeiramente, a peça La fille aux cheveux de lin (A menina de cabelos dourados) e, em seguida, as peças Danseuses de Delphes (Dançarinas de Delphi, nº 1); Le vent dans la plaine (O vento na planície, nº 3); La cathedrale engloutie (A catedral submersa, nº 10); La danse de Puck (Dança de Puck, nº 11); e Minstrels (Menestréis, nº 12). As gravações foram realizadas em um piano roll.

E, a seguir, ouça a obra completa, interpretada pelo pianista Alain Planès:

Ouça também:

Feux d’Artifice (Fogos de Artifício), o último do ciclo de 24 Prelúdios do Livro II de Debussy:

Debussy – Feux d’artifice

Referência:

Notas de Programa do pianista Craig Sheppard (2012)

 

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