CONTATO
Entre em contato conosco.
Santa Cecília é a padroeira da música e dos músicos. Na Inglaterra, segundo uma tradição que data do século 17, o Dia de Santa Cecília (22 de novembro) era comemorado com festivais para os quais eram escritas odes em louvor à música. A de Händel foi composta entre 15 e 24 de setembro de 1739.
Händel é conhecido pela rapidez com que compunha. No caso da Ode para o Dia de Santa Cecília, sua tarefa foi facilitada pela grande quantidade de material que ele tomou emprestado dos Componimenti de Gottlieb Muffat, um conjunto de suítes para cravo que havia sido publicado recentemente.
Abertura
A Ode começa com uma esplêndida Abertura Francesa – que deve ter agradado ao compositor, pois ele a converteu para seu Concerto Grosso nº 5, Op. 6, escrito pouco depois.
Os movimentos seguintes oferecem a Händel a oportunidade de realizar uma pintura tonal, ilustrando os textos que ele musica. Servem também para destacar alguns instrumentos em solos.
Ária “What passion”
Esse é o caso da ária para soprano “What passion cannot music raise and quell” (Que paixões a música pode despertar e saciar), uma sarabanda, que tem um belo solo de violoncelo.
Ária “The trumpet’s loud clangor”
Um solo de trompete inicia a ária seguinte, “The trumpet’s loud clangor” (O alarido do trompete), em que o tenor evoca os perigos mortais da guerra. Os tímpanos acompanham os versos “The double double beat / Of the thundering drum” (A batida dobrada dos tambores) e anuncia o ataque ao inimigo que chega.
Ária “The soft complaining flute”
A ária seguinte para soprano, “The soft complaining flute” (A flauta suave e queixosa), em tom menor, destaca a flauta e traduz em música os sentimentos delicados do texto.
Ária “Sharp violins proclaim”
“Sharp violins proclaim / Their jealous pangs” (O som agudo dos violinos proclama a dor do ciúme): ária para o tenor.
Ária “But oh! What art can teach”
Contrasta com a seguinte, para soprano: “But oh! What art can teach” (Mas, oh, o que a arte pode ensinar), com seu belo e solene solo de órgão.
Final: Solo e Coro “As from the Power of Sacred lays”
No final, a soprano começa a recitar, seguida pelo coro, os versos do texto como se fosse um hino:
“Da mesma forma que, pelo poder dos cantos sagrados,
As esferas celestes começaram a se mover
E cantaram o louvor do grande Criador”
Os versos seguintes, porém, tomam outro rumo e falam:
“… da última hora terrível
Em que o Universo vai se esfacelar”
E a música passa para um tom menor, com sombrias modulações, até o verso:
“O trompete será ouvido nas alturas”
A soprano e o trompete, então, emergem das sombras e preparam a grandiosa fuga final.
Händel – Ode for Saint Cecilia’s Day | Dunedin Consort, John Butt (regente)