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No dia 17 de julho de 1727, os dignitários e a nobreza de Londres foram convocados pelo rei George I para uma excursão pelo rio Tâmisa.
Em barcos abertos, os convidados percorreram cinco quilômetros até Chelsea e depois outros cinco na volta. Friedrich Bonet, um prussiano radicado em Londres, descreveu os acontecimentos em seu diário:
“Por volta das oito horas da noite, o rei chegou a sua embarcação. Ao lado desta, estava o barco dos músicos, uns cinquenta ao todo: trompetes, trompas de caça, oboés, fagotes, flautas, violinos e contrabaixos. A música tinha sido especialmente composta pelo famoso Händel, natural de Halle e o principal compositor da corte de Sua Majestade. O rei gostou tanto da música que a fez executar três vezes: duas vezes antes e uma depois da ceia.
O número de barcos cheios de gente querendo ouvir era incontável. O rei chegou a Chelsea, onde foi servida a ceia, à uma da manhã e só retornou ao palácio de St. James às quatro e meia da manhã.”
A orquestração de Händel é rica em colorido. O compositor inclui, pela primeira vez em Londres, duas trompas barrocas (sem válvulas), mas não as usa nos dois primeiros movimentos.
Na Abertura, o concertino é formado por violinos.
No Adagio e Staccato que segue, há um maravilhoso solo de oboé.
Do terceiro movimento, Allegro, em diante as trompas assumem um papel dominante.
Mas, como diz um comentarista, Händel tem o cuidado de preservar os ouvidos do público e os lábios dos músicos de um excesso de som de trompa.
No trio que se intercala entre o Allegro e o Allegro da Capo, o concertino de sopros faz um belo contraste com o ripieno das cordas.
O uso das trompas, fazendo um contraponto discreto na famosa ária, lhe dá um colorido muito especial.
Duas breves danças, uma bourrée e uma hornpipe, precedem o Andante final, outro exemplo da maestria de Händel como orquestrador: os sopros suaves contrastam com as cordas e são complementados pelos fagotes.
Händel – Water Music | The English Concert | Trevor Pinock (regente)