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Enquanto as suítes de Bach seguem basicamente a sequência de danças das suítes francesas, estabelecida por Johann Jakob Froberger – Allemande, Courante, Sarabande e Gigue –, as de Händel são idiossincráticas: o número de movimentos é variável.
Händel procura estabelecer nessas peças variedade e surpresa. Há fugas, variações, movimentos em forma sonata e até uma Passacaglia. Vários comentaristas destacam seu caráter de improvisação (o compositor era conhecido como um grande improvisador).
Assim, a Suíte nº 5 não segue à risca a ordem canônica, sendo formada por um Prelúdio sério e introspectivo; uma Allemande muito especial, grave e devota; uma Courante pensativa, quase melancólica; e uma Ária escrita na forma de uma canção, com cinco variações.
A Ária final ganhou tamanha popularidade que surgiram lendas sobre sua concepção: ficou conhecida como The Harmonious Blacksmith (O Ferreiro Harmonioso). A lenda sugere que Händel ouviu a ária cantada por um ferreiro que se abrigava da chuva. Alguns comentaristas atribuem o apelido às notas repetidas da primeira variação (mas podemos imaginar o próprio ferreiro ali, em seu ofício, produzindo uma chuva de faíscas incandescentes).
Händel – Suíte nº 5 em Mi Maior, HWV 430 | Sviatoslav Richter (piano – gravação de referência, 1979)