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Händel – Suítes para Teclado nºs 3 e 5

Em 1717, Händel se tornou compositor em residência do Conde de Carnavon (mais tarde Duque de Chandos). Esta foi uma época fértil para o compositor, que criou, entre outras, as Antífonas de Chandos, as serenatas Acis e Galatea e Esther, e sete das oito Suítes para Cravo, publicadas em 1720.

Enquanto as suítes de Bach seguem basicamente a sequência de danças das suítes francesas – Allemande, Courante, Sarabande e Gigue –, as de Händel são idiossincráticas: o número de movimentos é variável; há fugas, variações, movimentos em forma sonata e até uma Passacaglia. Vários comentaristas destacam seu caráter improvisatório (Händel era conhecido como um grande improvisador).

Ouviremos a seguir as Suítes nºs 3 e 5 de Händel com o pianista Sviatoslav Richter. Esta gravação data de 1979 e é famosa por sua concentração, simplicidade e pureza. É um dos pontos altos da história do disco.

Händel – Suíte nº 3 em Ré Menor

A mais longa e mais imponente das Suítes é a nº 3.

Ré menor é uma tonalidade grave e devota, diz um comentarista.

O coração da Suíte é seu quinto movimento, ária com cinco variações, uma meditação elevada e serena (tal como a ária das Variações Goldberg).

Contrariamente à prática normal do Barroco, diz Richard Wigmore, o tema é ricamente ornamentado e as duas primeiras variações o simplificam.

A quarta variação é uma jiga e a última, um presto virtuosístico, no estilo de uma toccata.

Händel – Suíte nº 5 em Mi Maior

Esta é uma das obras mais conhecidas de Händel por causa de seu último movimento, Ária com Variações, que tem o apelido de The Harmonious Blacksmith (O Ferreiro Harmonioso). Mas a Suíte é toda inspirada e bonita, e seus quatro movimentos são integrados, formando um todo harmonioso.

O Prelúdio é sério, introspectivo.

O segundo movimento, uma Allemande grave e devota, é muito especial.

Assim também a Courante, pensativa, quase melancólica, que cria o ambiente para a ária que se segue.

Alguns comentaristas atribuem o apelido do Final (O Ferreiro Harmonioso) às notas repetidas da ária ou da primeira variação. Mas eu gosto de ver o próprio Ferreiro ali, em seu ofício, produzindo  uma chuva de faíscas incandescentes.

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