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A Sinfonia nº 44 em Mi Menor, “Funeral”, composta por Haydn em 1772, faz parte do período Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto).
Tanto o brusco motivo de abertura, com suas explosões dramáticas, seu vigor rítmico e sombria intensidade da tonalidade de Mi menor, como a melancólica canção que se segue são característicos desse novo estilo emocional, prenúncio do romantismo.
Haydn muitas vezes levava o minueto muito além de seu caráter original de dança. Aqui sua parte inicial (os minuetos são em três partes A-B-A) é um cânone à oitava, com as cordas graves tocando exatamente o que os violinos tocam uma oitava abaixo e três beats depois. Os demais instrumentos são livres, mas o efeito é severo. Já o Trio (a parte B) é um conforto em relação às partes A.
Não há alusão a tempestade ou ímpeto no belo Adagio do segundo movimento em maior. Os violinos tocam com surdina, permitindo que o som dos oboés e trompas seja ouvido em seus tons suaves. A sonoridade velada das cordas em surdina cria um oásis de calma em meio à turbulência dos outros movimentos.
Diz–se que o compositor teria pedido que o Adagio fosse tocado em seu enterro, donde provém seu apelido Funeral. Esse pedido de Haydn é intrigante, porque o Adagio não é trágico ou fúnebre e sim evocativo de tempos passados.
O final é tempestuoso e impetuoso, impressionante em seu caráter implacável, com o tema principal sempre presente. Na seção de desenvolvimento, a tensão cresce em sequências de temas quebradas até o ponto de exaustão.
Haydn – Sinfonia nº 44 em Mi Menor, “Funeral” | Orquestra Sinfônica da Rádio da Bavária regida por John Eliot Gardiner.