CONTATO
Entre em contato conosco.
Uma coisa interessante aconteceu com a evolução das Sonatas para piano de Haydn. Além do amadurecimento do compositor, dois outros fatores foram de fundamental importância para sua evolução: os intérpretes e os instrumentos a que se destinavam.
As primeiras sonatas são simples, foram escritas para seus alunos. Pouco a pouco, o nível dos intérpretes foi melhorando – as sonatas passaram a ser mais e mais escritas para amadores talentosos e depois para virtuosos.
Os instrumentos em que a música era tocada também variariam consideravelmente: do clavicórdio do princípio até os pianos Broadwood de Londres para os quais Haydn compôs suas últimas sonatas.
Em 1784, Haydn dedica três Sonatas para piano à Princesa Marie Esterhazy. São estruturas leves de dois movimentos.
Depois de um intervalo de cinco anos, Haydn volta em 1789, aos 57 anos, a compor sonatas. Mas agora, seu estilo é radicalmente diferente. Seu caráter de improvisação e sua extraordinária liberdade de escrita prenunciam os últimos Trios de cordas.
Esta nova abordagem é imediatamente aparente no primeiro movimento da Sonata nº 58, um Andante con espressione.
A estrutura de fundo é a da dupla variação, com dois temas relacionados de perto. Mas sobre esta estrutura, Haydn cria uma música cheia de humor e de brincadeiras. Somente dois interlúdios em tom menor são mais sérios e expressivos.
O Rondó Final nos reserva muitas surpresas, inclusive um exuberante episódio central, semelhante aos interlúdios “turcos” de Beethoven.
Haydn – Sonata nº 58 em Dó Maior, Hob. XVI:48 | András Schiff (piano)