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MendelssohnMÚSICA ORQUESTRAL

Mendelssohn – Concerto para Violino e Orquestra, Op. 64

Mendelssohn conheceu o violinista Ferdinand David quando tinha 16 anos e David 15. Tornaram-se grandes amigos. Quando Mendelssohn assumiu a direção da Orquestra Gewandhaus, em Leipzig, convidou David para ser o spalla (primeiro violino).

Em julho de 1838, Mendelssohn escreveu a David: “Gostaria de compor um concerto para violino para você, no próximo inverno. Um concerto em Mi menor me passa pela cabeça e seu início não me deixa em paz”.

Apesar de não ter ainda completado 30 anos, Mendelssohn já era célebre em toda a Europa. Seus inúmeros compromissos o mantinham sempre muito ocupado e isto foi adiando o concerto. Não se sabe ao certo quando ele começou a efetivamente compô-lo, mas é certo que terminou a partitura orquestral em setembro de 1844.

No entanto, começou a ter dúvidas, trocando muitas cartas com David sobre uma série de detalhes. No fim do ano de 1844, Mendelssohn ainda estava fazendo pequenas correções.

O Concerto para Violino e Orquestra, afinal, estreou em Leipzig em 13 de março de 1845, quase sete anos depois do anúncio da intenção de sua composição. David foi o solista na estreia, mas Mendelssohn, preso a outros compromissos, foi substituído por Niels Gade na regência. A peça foi um sucesso desde sua estreia e ocupa hoje um lugar de honra entre os concertos românticos.

No primeiro movimento, Allegro molto appassionato, não há a introdução orquestral de costume. Cabe ao violino apresentar o célebre primeiro tema, uma melodia de lirismo apaixonado, com um fundo de melancolia romântica. Outra inovação é que a cadenza, em vez de vir no fim do movimento, vem logo depois do desenvolvimento, antes da recapitulação.

Uma nota sustentada no fagote leva, sem interrupção, ao segundo movimento, Andante, uma canção sem palavras, rica em sentimento e em elegância.

Uma passagem de transição em Mi menor, para o solista acompanhado pelas cordas, leva ao final, Allegro molto vivace, em Mi maior. Este final de grande energia, um verdadeiro turbilhão, é a contrapartida emocional do drama do primeiro movimento.

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Mendelssohn – Concerto para Violino e Orquestra em Mi menor, Op. 64 | Vilde Frang (violino) e Filarmônica de Berlim, sob a regência de Simon Rattle.