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Na comemoração dos 250 anos de nascimento de Mozart, em 2006, a BBC fez uma enquete entre seus ouvintes sobre suas preferências referentes à obra do compositor. O Concerto para Clarineta em Lá Maior, K. 622, ganhou em primeiro lugar, como a obra predileta dos mais de 100 mil votantes.
Como informação, em segundo lugar estava o Réquiem; em terceiro, o Ave Verum Corpus; em quarto, o Concerto para Piano e Orquestra nº 21; e, em quinto, As Bodas de Fígaro.
O Concerto para Clarineta foi a última obra instrumental de Mozart, terminada em outubro de 1791, poucas semanas antes de sua morte. Sua grandeza e transcendental beleza são o que esperaríamos do último concerto do compositor. “Foi composto con amore”, diz seu biógrafo Stanley Sadie.
A peça tem um clima outonal, agridoce. O instável Lá Maior desliza com frequência para tons menores. “A intensa ambiguidade tonal reinante torna quase impossível dizer se estamos diante de música triste ou alegre”, diz um crítico.
O movimento lento, Adagio – o coração da obra -, tem um caráter vocal, o caráter de uma canção. Sua tristeza e sua melancolia são suavizadas por uma serenidade distante.
Os dois outros movimentos, de um inefável lirismo, um lirismo natural, ninguém descreveu melhor que H. C. Robbins Landon, lembrando palavras de Shakespeare: “O coração dança, mas não de alegria”.