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A Sonata nº 2 em Ré maior de Prokofiev é em geral alegre e despreocupada, embora com nuvens passageiras que vêm do mundo sombrio de sua primeira sonata.
Na verdade, originalmente a obra era uma sonata para flauta e piano terminada em 1943. Por sugestão do grande violinista russo David Oistrakh e com sua assistência, Prokofiev a transcreveu para piano para criar a Sonata nº 2 para Violino e Piano, Op. 94bis.
O movimento de abertura lembra o estilo neoclássico da Sonata para Piano nº 5, de 1923 (que, por seu turno, parece ter inspirado a Sonata para Flauta de Poulenc, de 1956/7).
O segundo movimento, Scherzo, começa leve e caprichoso, mas a parte do piano cria um tom sarcástico. O movimento chega a um final abrupto.
Há outros sinais de inquietude no terceiro movimento, que tem algum material temático comum com o terceiro movimento da Sonata nº 1, então ainda inacabada. Tem também uma surpreendente passagem ruminante que faz referências ao jazz blues. Prokofiev era um admirador de jazz.
Mas a sonata acaba com um tom positivo, que inclui uma das mais doces melodias de Prokofiev (Poulenc iria novamente relembrá-lo em sua Sonata para Oboé, dedicada à memória de Prokofiev).
Prokofiev – Sonata nº 2 para Violino e Piano, Op. 94bis | Gidon Kremer (violin) e Martha Argerich (piano)