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Em 1897, a Sinfonia nº 1 de Sergei Rachmaninov (1873-1943) foi apresentada em São Petersburgo, em um concerto dirigido por Alexander Glazunov. Embora Glazunov fosse um bom compositor e uma excelente pessoa, aparentemente era um péssimo maestro, e a apresentação foi um desastre.
Rachmaninov sabia que sua sinfonia era boa e original. Mas, sempre sujeito à depressão, desde então, ele se julgou incapaz de compor. Quanto mais o tempo passava, mais desencorajado se sentia.
Na folha de rosto de seu Concerto para Piano e Orquestra nº 2, Rachmaninov escreveu: “À Monsieur N. Dahl”. Nicolai Dahl era médico e praticava hipnose. O compositor começou a ter sessões diárias com ele em 1900. O tratamento consistia em melhorar seu sono e apetite e prepará-lo para escrever um concerto para piano. Era uma mistura de sugestão hipnótica e de conversas sobre música. Dahl era muito culto e positivo, além de um excelente violinista e violoncelista.
Já em abril, Rachmaninov começou a escrever o segundo e o terceiro movimentos do Concerto. O primeiro movimento foi o último a ser completado. A estreia foi programada para novembro de 1901. Cinco dias antes da apresentação, Rachmaninov teve um ataque de pânico e achou que tinha produzido um trabalho “totalmente incompetente”. O estrondoso sucesso da première o convenceu do contrário.
A abertura, Adagio sostenuto – Più animato – Tempo I, é em forma sonata. Dez compassos de piano solo levam ao palpitante tema principal para violinos, violas e clarinetas. O segundo tema é uma das melodias mais conhecidas de Rachmaninov. Em seguida ao desenvolvimento, surge uma coda brilhante, mas ainda sem cadenza.
Logo no início do movimento lento, Adagio sostenuto, arpejos do piano introduzem o tema principal, primeiro para flauta solo, depois para clarineta solo. Segue-se um tema que lembra Tchaikovsky para fagotes. O desenvolvimento se acelera e culmina em uma cadenza, que tinha sido adiada de propósito. Vem então uma recapitulação, con sentimento.
No final – um Allegro scherzando –, depois de uma introdução rítmica, surge uma das maravilhosas melodias de Rachmaninov. Um crítico se revolta: “Nos anos 1940, ela foi enfeitada com uma letra e tocada pelos vândalos das big bands como Full Moon and Empty Arms”. Passagens virtuosísticas do piano levam a uma conclusão brilhante, para entusiasmar o público.
Rachmaninov – Concerto para Piano e Orquestra nº 2 | Benjamin Grosvenor (piano), Orchestre National de France, com Cristian Măcelaru (regente)