Obras

O VOLTAR
Schubert – Auflösung (Dissolução)
Schubert

Schubert – Auflösung

“Esconde-te, ó Sol,

Que os fogos do êxtase

Perpassam todo o meu ser.

Emudecei, sons,

Foge, beleza da primavera,

E deixa-me só!

Dos recessos da minha alma,

Surge uma força suave

Que me envolve

Em canções celestiais…

Submerge, mundo, e nunca mais

Perturbes os doces, etéreos coros.

Submerge, mundo, submerge.”

Ouvir a canção Auflösung (Dissolução) pela primeira vez é um momento de descoberta para todos os amantes da música de Schubert.

Escrita sobre poema de Johann Mayrhofer (1787-1836), esta é uma das peças que nos forçam a redefinir nossas expectativas em relação ao compositor.

A música surge das profundezas – uma célula rítmica, composta por arpejo ascendente seguido de um pequeno estremecimento de êxtase. Este motivo é repetido quase cinquenta vezes. Comparações com a música de Wagner são inevitáveis.

Os dois versos finais, que começam por “Geh unter, Welt” (Submerge, mundo) são também repetidos obsessivamente.

Vamos ouvir duas interpretações da canção, a primeira com a soprano Christianne Stotijn e o pianista Joseph Breinl, e a segunda com o barítono Dietrich Fischer-Dieskau e o pianista Gerald Moore.

Schubert – Auflösung | Christianne Stotijn (soprano) e Joseph Breinl (piano)

 

Schubert – Auflösung | Dietrich Fischer-Dieskau (barítono) e Gerald Moore (piano)

 

 

 

 

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