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Muitos foram os poetas e compositores que usaram como fonte de inspiração a passagem da Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, que fala sobre as virtudes teologais, uma das mais belas da Bíblia.
Schubert musica, em agosto de 1828, três meses antes de sua morte, dois poemas baseados nesse texto. A primeira versão é um quarteto para vozes masculinas, escrito por encomenda de uma igreja.
A segunda é a canção Glaube, Hoffnung und Liebe Op. 97 D. 955 (Fé, Esperança e Amor). Sua tonalidade (Mi bemol maior), as longas suspensões nas cadências e o andamento sóbrio dão à obra uma seriedade e uma doçura que lembram a última fase de Brahms.
No dizer de John Reed, autor do livro de referência dos lieder de Schubert: “quanto mais se ouve essa excelente canção, mais ela cresce dentro de nós”.
Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, capítulo 13, versículos 1, 2, 3 e 13:
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como um bronze que soa, ou como um címbalo que tine.
2 E, ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé, até ao ponto de transportar os montes, se não tivesse amor, não seria nada.
3 E, ainda que distribuísse todos os meus bens no sustento dos pobres, e entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada me aproveitaria.
13 Agora, pois, permanecem Fé, Esperança e Amor. Estas três coisas. Mas a maior delas é o Amor.
Schubert – Glaube, Hoffnung, und Liebe, Op. 97, D. 955 | Christine Schäfer (soprano) e Irwin Gage (piano)