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O Quarteto nº 13, D.804, “Rosamunde” é o primeiro dos três últimos quartetos de Schubert – três obras-primas. Schubert passava, na época de sua composição, uma séria crise: sua sífilis estava piorando e ele estava deprimido.
Não é bom associar a música de uma obra ao estado de espírito de seu compositor. Mas aqui os indícios são tão claros que não pude evitar a tentação de fazer uma correspondência entre eles.
No primeiro movimento, a referência é à canção Gretchen am Spinrade (Margarida à Roca de Fiar), sobre o poema do Fausto de Goethe. É um lamento trágico e desesperançado por um amor perdido.
O segundo movimento cita o Entreato da música incidental composta por Schubert para a peça Rosamunde. O compositor usa, no segundo episódio dessa obra, o tema de sua canção Der Leidende (O Sofredor). O texto, de autor desconhecido (talvez o próprio Schubert), é muito simples e diz, em resumo, o seguinte: “Não mais posso suportar o peso deste sofrimento. Leva este peregrino cansado logo para ti. Abre os céus para mim, Deus de bondade e misericórdia”.
Vejamos agora o terceiro movimento, um Minueto. Seu tema tem origem na canção Die Götter Griechenlands” (Os Deuses da Grécia), sobre um poema de Schiller. Na realidade, Schubert usa apenas uma estrofe do poema, Schöne Welt, wo bist du?” (Mundo maravilhoso, onde estás? Volta logo, idade de ouro da natureza. Tu só existes hoje no mundo de fadas das canções). Temos aqui, então, um lamento nostálgico pelo paraíso perdido.
O quarto e último movimento é um leve Allegro moderato.
Schubert – Quarteto nº 13 em Lá Menor, D. 804, “Rosamunde” | Quarteto Hagen