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“Ouvir e vê-lo tocar suas composições era um verdadeiro prazer”, relembrou Albert Stadler, amigo de Schubert, muitos anos após a morte do compositor.
O ano de 1825 foi muito fértil para Schubert, que tinha escrito o Quarteto “A Morte e a Donzela”, o Octeto e várias outras obras. Marca também seu interesse renovado em compor para o piano, com as Sonatas D. 840, D. 850, e a D. 845, escrita no início da primavera de 1825. Seguiu-se um ano terrível para Schubert, ao se confirmar que ele havia contraído sífilis.
O estilo cantábile é a chave para a essência da escrita para piano de Schubert: um tema muito desenvolvido revela a melodia acima de um acompanhamento ondulante. Depois de uma execução do Andante de sua Sonata D. 845, Schubert disse: “Várias pessoas me asseguraram que minhas mãos transformavam as teclas do piano em vozes cantando”.
Dois temas contrastantes assinalam o clima mutável do primeiro movimento, Moderato: o primeiro, reservado, ao qual se segue um outro, assertivo e desafiante, lançado por oitavas descendentes.
O movimento lento, Andante, poco motto, tem cinco variações sobre uma melodia simples. Destas, as tensões dramáticas perturbam a terceira variação, mas o clima sereno volta com a final.
O Scherzo em Lá menor é marcado por passagens repetidas seguidas por frases flexíveis e uma mudança para tom maior. O Trio traz um alívio em um ondulante Fá maior.
O agitado Rondó final conduz ao brilhante encerramento desta fascinante obra.
Schubert – Sonata em Lá Menor, Op. 42, D. 845 | Alfred Brendel (piano)