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Schumann tinha apenas 20 anos quando compôs Papillons (Borboletas), um ciclo de doze danças interconectadas.
Duas influências pairam sobre a obra. A primeira é a música para piano de Schubert, em particular suas peças de dança e variações, que intrigavam Schumann por sua “conexão de ideias psicologicamente inusitada”. A segunda é uma obra do romancista alemão Jean Paul Richter, cujos escritos fantasiosos e humorísticos fascinavam o jovem Schumann.
É de fato a cena final – um baile de máscaras – de seu romance Flegeljahre (Adolescência travessa) que serve de cenário para Papillons. Dois irmãos apaixonados pela mesma mulher disputam o coração dela, no ambiente alegre de um baile.
Suas breves peças, a maioria valsas, são, apesar de sua brevidade, incrivelmente contrastantes. Este é o reflexo das personalidades dos dois irmãos rivais no romance de Jean Paul – um sonhador e introspectivo; o outro apaixonado e impetuoso –, um paralelo da personalidade musical dividida de Schumann, seus alter egos Eusebius e Florestan.
Na peça final de Papillons, Schumann cita a Grossvatertanz (Dança do Avô), tradicionalmente usada no fim de um baile, e a combina com a valsa, que é primeira peça de Papillons, como que para ilustrar em música a visão que tinha de que o término do romance de Jean Paul parece ser um novo começo.
Ouviremos a peça na interpretação de dois pianistas, Alfred Cortot e Wilhelm Kempff:
Schumann – Papillons, Op. 2 | Alfred Cortot (piano)
Schumann – Papillons, Op. 2 | Wilhelm Kempff (piano)