Schumann compunha suas obras em blocos por gêneros:
- Até 1839, quase que exclusivamente, compôs obras para piano;
- 1840 – ano da canção –, mais de 140 compostas em um período de nove meses;
- 1841 – música orquestral – três sinfonias e o Concerto para Piano;
- 1842 – música de câmara – três quartetos de cordas, um quarteto e um quinteto para piano e cordas.
O Quinteto para Piano e Cordas em Mi Bemol Maior, Op. 44, é talvez sua melhor obra e uma das melhores no gênero. Representa também uma inovação: os poucos quintetos para piano e cordas, até então, eram escritos para piano, violino, viola, violoncelo e contrabaixo.
Schumann coloca um segundo violino no lugar do contrabaixo. Ao seu Quinteto se seguiram obras importantes nesse formato, como as de Brahms, Dvorák, Fauré e Shostakovich, entre outros compositores.
A obra foi influenciada pelo Trio nº 2, Op. 100, de Schubert, especialmente em seu segundo movimento, que também tem a forma de uma marcha fúnebre.
O primeiro movimento, Allegro brillante, é ousado e cheio de energia, mas também rico em melodias, como a do segundo tema apresentado no violoncelo.
O Scherzo: Molto Vivace retoma o caráter enérgico do primeiro movimento. Tem dois trios: o primeiro, um lírico cânon, e o segundo, mais afirmativo.
O final, Allegro ma non Troppo, tem uma construção muito elaborada. A dupla fuga que o encerra é magistral: combina seu tema principal com o tema de abertura do primeiro movimento, em uma digna conclusão para essa obra-prima.