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A Sonata nº 28, Opus 101, marca, juntamente com as sonatas para violoncelo e piano Opus 102, o início da terceira fase – ou terceiro estilo – de Beethoven. O próprio Beethoven descreveu a obra como difícil de tocar e como uma série de impressões e rêveries (algo como “devaneios”).
Os movimentos da sonata são marcados em alemão, mas aqui vamos usar os equivalentes em italiano, mais comuns nesse tipo de marcação.
O primeiro, Allegretto con Intimissimo Sentimento, é uma peça mágica. Ele começa suavemente: a impressão que temos é de que a música já havia começado antes, que a encontramos já encaminhada na sua execução. Ela flui livremente, em um arco lírico contínuo. (Os retornos dos temas marcados Con Intimissimo Sentimento e Teneramente não são recapitulações beethovenianas: são recordações nostálgicas que prefiguram Schumann.)
Segue-se uma mudança abrupta de clima, com uma alegre marcha, marcada Vivace alla Marcia.
O movimento lento, Adagio ma non troppo con Affetto, é breve e introspectivo: olha para trás e para a frente na sonata. Ao mesmo tempo em que faz referência ao primeiro movimento, serve também de introdução ao Final.
Depois de uma transição bem trabalhada com trinados na mão direita, começa o último movimento, Allegro ma non troppo e Risoluto. A peça é em forma de sonata, mas usa um fugato para o desenvolvimento. A execução da fuga exige uma determinação e um virtuosismo só comparáveis aos da próxima sonata composta por Beethoven, a poderosa “Hammerklavier” (Opus 106).
Beethoven – Sonata nº 28 em Lá Maior, Op. 101 | Emil Gilels (piano)