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A Sonata nº 4 para Violoncelo e Piano em Dó Maior, Op. 102 nº 1 ocupa um lugar extremamente importante na obra de Beethoven: é a primeira de sua terceira e última fase. Data de 1815 e surge depois de um longo período de silêncio. O crítico e musicólogo norte-americano Joseph Kerman comenta a respeito da composição:
“As poucas obras terminadas entre 1814 e 1816 – o ciclo de canções e as Sonatas Opus 102 nºs 1 e 2, e a Opus 101 – estão mais próximas da música romântica da década de 1830 do que qualquer outra obra de Beethoven… Os retornos dos temas do primeiro movimento da Sonata Op. 102 nº 1 (marcados con intimissimo sentimento e teneramente) não parecem recapitulações beethovenianas. Parecem mais lembranças nostálgicas que sugerem Schumann e sua geração.”
A Sonata Op. 102 nº 1 tem dois movimentos rápidos com introduções lentas. Esta estrutura é única em Beethoven. Além disso, não só a Sonata parece começar no meio, novamente lembrando Schumann, como também o material da primeira introdução volta antes do Allegro final, enfatizando a unidade da obra como um todo.
A anotação de Beethoven no topo da partitura – “uma sonata livre” – é inteiramente pertinente. Esta é uma composição que quebra preceitos tradicionais, rompe barreiras da convenção musical. É uma porta de entrada digna e profética para a música da última fase do compositor.
Beethoven – Sonata nº 4 para violoncelo e Piano em Dó Maior, Op 102 nº 1 | Steven Isserlis (violoncelo) e Peter Evans (piano)