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Beethoven – Concerto para Piano e Orquestra nº 3 em Dó Menor, Op. 37
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Beethoven – Concerto para Piano e Orquestra nº 3 em Dó Menor, Op. 37

Não é certo que Mozart e Beethoven tenham se encontrado. É certo, porém, que Beethoven tinha grande admiração e afeto pela obra do compositor. Entre suas peças preferidas estava o Concerto nº 24 em Dó Menor: Beethoven o copiou duas vezes.

Muitos críticos veem semelhanças entre o primeiro movimento do Concerto nº 24 de Mozart e o Concerto para Piano e Orquestra nº 3 de Beethoven, também em Dó menor. Por outro lado, o Concerto nº 3 é o primeiro verdadeiramente beethoveniano, em que o compositor supera as influências de Haydn e Mozart.

Sua estreia se deu em abril de 1803, em um concerto de benefício (isto é, em benefício do próprio compositor). O programa incluía várias obras, inclusive de outros autores, e era muito longo, cerca de três ou quatro horas. Só o ensaio, no dia, durou sete horas.

Beethoven ainda não havia terminado de escrever o Concerto e pediu ao compositor Ignaz von Seyfried que virasse as páginas para ele durante a apresentação. Esta foi uma tarefa difícil, segundo Von Seyfried:

“Eu não via quase nada, muitas folhas estavam em branco; em uma página ou outra, uns poucos hieróglifos, totalmente incompreensíveis para mim. Serviam de pistas para ele, pois estava tocando o solo de memória. Ele não tinha tido tempo de passar por escrito a partitura. Me dava um olhar secreto sempre que chegava o fim de uma das passagens invisíveis; eu mal conseguia esconder minha ansiedade para não errar o momento decisivo e isto o divertia muito. Ele deu muitas gargalhadas no jantar comemorativo, logo após o concerto.”

O Concerto nº 3 segue o formato clássico em três movimentos, rápido-lento-rápido, embora haja aspectos que mostrem que o compositor se afastava das convenções desse estilo.

O primeiro movimento, Allegro com Brio, começa com a exposição de um poderoso tema pela orquestra. Segue-se uma segunda exposição, agora no piano. O segundo tema é contrastante, muito mais suave. O momento mais dramático vem no final, na recapitulação e na cadência. As cadências eram em geral improvisadas na época, mas alguns compositores publicavam versões de suas cadências. A de Beethoven é tempestuosa.

O segundo movimento, Largo, em tom maior, lírico, elevado e espiritual, é uma das belas inspirações de Beethoven.

O terceiro movimento, Rondó, tem um tema vivace, que volta periodicamente, tanto no piano, como na orquestra. A tonalidade é novamente Dó menor, interrompido por uma seção doce, em Lá maior. No final, a iniciativa cabe ao solista, seguido pelo conjunto, que executa um tema lírico em tom maior.

BeethovenConcerto para Piano e Orquestra nº 3 em Dó Menor, Op. 37 | Alfred Brendel (piano) com a Orquestra do Festival de Lucerna, regida por Claudio Abbado.

Ouça também o podcast sobre o Concerto nº 3 de Beethoven:

PODCAST | Beethoven – Concerto para Piano e Orquestra n° 3 em Dó Menor, Op. 37

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