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O Quarteto nº 15 em Lá Menor, Op 132, foi começado em 1824 e terminado em 1825. Durante sua composição Beethoven ficou gravemente doente.
Enquanto se recuperava, compôs o Hino de Ação de Graças de um Convalescente à Divindade. Este Adagio é escrito realmente na forma de um hino no modo lídio, um dos antigos modos eclesiásticos, e se alterna com passagens mais rápidas e brilhantes em Ré maior (marcadas “sentindo novas forças”). Uma das peças mais solenes e mais místicas de Beethoven, o Hino de Ação de Graças tornou-se o elemento central na estrutura do Quarteto, Op. 132 e também seu coração expressivo.
O quarteto º 15 em Lá Menor, Op 132 segue a trajetória que já encontramos em várias outras obras de Beethoven: do tom menor ao tom maior, das trevas para a luz, da luta à vitória. O musicólogo Maynard Solomon nos dá uma interpretação psicanalítica da peça: “A música parece ter se tornado aqui um agente implícito de cura, um talismã contra a morte”.
Para acompanhar um movimento lento de tal envergadura é preciso ter música de considerável amplitude e peso emocional. Beethoven o precede com um grande movimento em forma sonata e com um Scherzo e Trio bem desenvolvidos.
O primeiro movimento, áspero, até por vezes agressivo, mistura andamentos rápidos e lentos e tem muitas mudanças de humor e de textura.
O Scherzo é cadenciado, em ritmo ternário. Sobre o Trio, diz um comentarista: “Beethoven consegue fazer milagres até com as coisas mais simples, como aqui neste trio, em que uma dança campestre, com imitação de gaita de fole e tudo, se transfigura em algo muito distante e misterioso”.
O Adagio termina com grande serenidade. Mas a marcha, quadrada e sem graça, que vem em seguida é um choque – uma ruptura súbita com a atmosfera transcendental do Adagio. Essas mudanças rápidas e frequentes de humor são, como já dissemos, características da última fase de Beethoven.
Mas a marcha dura pouco. Logo vem um apaixonado recitativo operístico que é a ligação com o final. O Allegro appassionato que conclui o quarteto se baseia em um tema que Beethoven tinha originalmente pretendido usar em um final instrumental para a Nona Sinfonia. Aqui ele se torna a base para um amplo Rondó em que, finalmente, chega à vitória, em Lá maior.
Beethoven – Quarteto nº 15 em Lá Menor, Op. 132 | Quarteto Alban Berg