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Em 1778, Mozart afirmou que tinha composto uma obra para quatro amigos: um flautista, um oboísta, um trompista e um fagotista. O manuscrito se perdeu.
Em 1870, surge em Berlim uma cópia manuscrita, não de Mozart, de uma peça com solos para oboé, clarineta, trompa e fagote.
Este fato deu origem a uma celeuma com inúmeras opiniões divergentes. O pianista e musicólogo Robert Levin, por exemplo, escreveu um livro de 500 páginas sobre o assunto, sem chegar a uma conclusão.
Podemos definir dois grupos nesta questão: os exegetas, procurando uma solução para o caso, e os apreciadores da música. Vamos com estes.
A peça é composta no estilo de Mozart em Paris, como no Concerto para Flauta e Harpa, K. 299, também de 1778. Não há mistério sobre seu charme, suas suaves melodias e o entrelaçado balanceado e lúcido dos solistas – são de Mozart.
Mozart é o maior compositor para instrumentos de sopro. Aqui, um exemplo é justamente a clarineta, de escrita maravilhosamente idiomática – não se pode imaginar a flauta em seu lugar.
São três os movimentos da obra:
– Allegro: com três exposições, uma tocada pela orquestra e as outras duas pelos solistas. Há uma cadenza escrita antes da coda;
– Adagio: com suaves interações de material temático;
– Andante con variazioni: são dez as variações e uma coda; cada variação é separada por ritornelos idênticos, decorativos.
Mozart – Sinfonia Concertante para Sopros, K. 297b | Orquestra Sinfônica da Rádio de Frankfurt, com Tomaž Močilnik (clarineta), Nicolas Cock-Vassiliou (oboé), Theo Plath (fagote) e Marc Gruber (trompa). Regência: Andrés Orozco-Estrada.
Um aspecto interessante nessa execução é que os músicos estão se divertindo – eles passam o solo de um para outro, com humor. E no final, como não há plateia, eles resolvem se aplaudir uns aos outros.
Saiba mais também sobre o Concerto para Flauta e Harpa, K. 299: