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O VOLTAR
Mahler quinta sinfonia
Mahler

Mahler – Sinfonia nº. 5 em Dó Sustenido Menor

“Céus, o que o público vai fazer deste caos em que estes novos mundos estão sendo engendrados, apenas para despedaçar-se em ruínas no momento seguinte? O que vão dizer desta música primitiva, deste espumante, furioso mar de sons, destas estrelas dançantes?” 

(trecho da carta de Mahler para sua esposa Alma, depois do primeiro ensaio da Sinfonia nº. 5)

Mahler nunca ficou satisfeito com sua Quinta Sinfonia. Nos últimos nove anos de sua vida, ele a revisou constantemente. “Fui forçado a reorquestrar a Quinta. Não consigo entender como pude escrevê-la como um principiante…”, disse em uma de suas últimas cartas. 

O compositor tinha plena consciência de que a Sinfonia nº. 5 abriria novos campos, não só para ele, mas também para o público em geral. A obra, com seu conflito, brutalidade, alegria e revolta, fala das incertezas de sua época. 

Mahler se preocupava com os aspectos musicais da obra, em primeiro e principal lugar. Donald Mitchell, uma autoridade nos estudos sobre o compositor, afirma que a Quinta “inicia um novo conceito de drama interior”, cujo foco programático “foi para o subterrâneo, ou melhor, para dentro”.

A obra possui cinco movimentos, estruturados em três seções:

– Seção 1

É formada pelos dois movimentos iniciais. No primeiro movimento, Trauermarsch (Marcha fúnebre), uma fanfarra do trompete precede a marcha fúnebre, que é pontuada por expressões de dor.

O segundo movimento, Stürmisch bewegt, mit größter Vehemenz (Tempestuosamente, tocado com grande veemência), começa com o mesmo clima de desespero do primeiro; a marcha fúnebre volta também.

– Seção 2

O terceiro movimento é o ScherzoKräftig, nicht zu schnell (Forte e não muito rápido). Com 819 compassos e quase 19 minutos, é o mais longo dos cinco movimentos e tem uma monumental realização: uma mistura de melodias, incluindo várias valsas e Ländler.  

– Seção 3

O quarto movimento, AdagiettoSehr langsam (Bem lento), é certamente a composição mais conhecida de Mahler. Embora seja às vezes associado à morte, é, na verdade, uma carta de amor a sua futura esposa, Alma. Ao invés de uma carta, ele lhe enviou a partitura, sem comentários.

Logo em seguida, surge o Rondó final, Allegro, que explode com irrestrita alegria. A trompa da abertura e os solos dos sopros são uma afirmação triunfal.

Mahler – Sinfonia nº. 5 em Dó Sustenido Menor | Orquestra do Festival de Lucerna regida por Claudio Abbado

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