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“Nunca hei de escrever uma sinfonia”, afirmou Brahms. “Vocês não têm ideia do que é ouvir os passos de um gigante como Beethoven vindo atrás de você”, dizia.
Brahms levou quase duas décadas para compor sua primeira sinfonia. Ele tinha 23 anos quando começou o primeiro movimento e, nos 19 anos seguintes, enquanto continuava a trabalhar nela, escreveu diversas obras orquestrais, como o Requiem Alemão e as Variações sobre um tema de Haydn, ganhando confiança para criar outras composições do gênero.
Mas foi a partir de 1872, quando recebeu o convite para ser maestro da Gesellschaft der Musikfreunde (Sociedade dos Amigos da Música) em Viena, que Brahms teve a oportunidade de trabalhar diretamente com uma orquestra, o que lhe deu a experiência em primeira mão de ver como suas diferentes partes interagem.
Finalmente, depois de quase 20 anos, em novembro de 1876, Brahms estreou sua Sinfonia nº. 1!
A obra possui quatro movimentos. O primeiro, Un poco sostenuto-allegro, inicia-se com uma série de diálogos que o compositor tece entre diferentes seções da orquestra e conclui com um dueto para violino solo e trompa.
O terno e melancólico Andante sostenuto do segundo movimento contrasta com o poder taciturno do movimento de abertura.
No Allegretto do terceiro movimento, Brahms relaxa os frenéticos tempos do scherzo de Beethoven. O ritmo é descontraído e fácil, apresentando temas cadenciados para cordas e instrumentos de sopro.
No movimento final, uma trompa forte e confiante proclama a vitória de Brahms sobre os demônios sinfônicos que podem tê-lo assediado. Aqui, o compositor também presta a sua homenagem mais direta a Beethoven com um tema majestoso, ouvido pela primeira vez nas cordas, que se assemelha muito à melodia da “Ode à Alegria” de sua Nona Sinfonia. Quando um ouvinte comentou sobre essa semelhança, Brahms retrucou: “Qualquer idiota poderia ver isso!”.
Brahms – Sinfonia nº. 1 em Dó Menor, Op. 68 | Orquestra Filarmônica de Viena regida por Leonard Bernstein