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Bach – Cantata BWV 10

Bach – Cantata BWV 10

Quando sua prima Isabel lhe anuncia que ela será mãe do Senhor, Maria entoa um hino de louvor a Deus que é conhecido como Magnificat anima mea (Minha alma exalta ao Senhor). O texto se encontra em Lucas, Capítulo 1, versículos 46 a 55, dos quais destacamos um trecho:

 

46 Disse então Maria: “A minha alma exalta ao Senhor,

47 E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador;

48 Porque atentou para a humildade de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada.

 

O hino faz parte do ofício católico de Vésperas desde que a liturgia foi formalizada. Esta prática foi conservada na Reforma e, no período em que Bach estava em Leipzig, ele era executado no serviço de domingo à tarde. O Magnificat era cantado em alemão, na tradução de Lutero, usando o cantochão gregoriano – exceto no Natal, quando se usava o texto em latim.

A Cantata BWV 10, “Meine Seel erhebt den Herren”, escrita no segundo ano de Bach em Leipzig, tem como base a melodia do cantochão gregoriano do Magnificat cantado no ofício de Vésperas. Essa melodia é usada no Coro de Abertura e no Coral final, e é citada nas partes instrumentais de oboé e trompete, na parte do dueto de contralto e tenor. Bach, aliás, depois, transcreveu esta peça para o órgão, como parte dos Corais Schübler.

As duas árias da cantata têm em comum o tema da força e do poder, porém na ária para o baixo, “Gewaltige stösst Gott vom Stuhl” (Deus destrona os poderosos), Bach ilustra não só o poder, mas também sua queda por meio das figurações obstinadas do contínuo. Há ainda dois belos recitativos que se transformam depois em ariosos.

 

Bach – Cantata BWV 10, “Meine Seel erhebt den Herren” | Amsterdam Baroque Orchestra & Choir sob a regência de Ton Koopman

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