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Diferentemente das Bagatelas Op. 33 e Op. 119, o Op. 126 foi concebido como um ciclo integrado, organizado em uma sequência descendente de tonalidades.
William Kinderman escreve a este respeito:
“A última composição importante de Beethoven para o piano, o ‘ciclo de Bagatelas’, Op. 126, liga uma sucessão de seis peças muito contrastantes com o poder de integração que há muito caracterizava seus trabalhos de vários movimentos. A primeira Bagatela tem a anotação ‘Cantabile e compiacevole’. Um tema marcado ‘allegremente’ corre suavemente ao longo de toda a peça.
O tempestuoso Allegro que vem em seguida contrasta fortemente com a serenidade da peça anterior e da seguinte.
O Andante cantabile e grazioso, que é a Bagatela nº 3, de maravilhosa sonoridade e lirismo, lembra a forma de um coral; na segunda parte, o tema é reapresentado de diferentes maneiras, ornamentado por trinados.
Os contrastes se acentuam no Presto nº 4, cujo caráter turbulento em Si menor alterna com passagens tranquilas do trio que acabam predominando e concluem a peça.
O Quasi Allegretto (nº 5) foi descrito como uma Barcarola ou uma Pastoral. A música cria uma atmosfera de inocência, de ingenuidade infantil, que se acentua ainda mais na segunda parte.
A ousadia na justaposição de contrates chega a seu extremo na última peça do ciclo: um Presto explosivo seguido por um Andante etéreo, transcendental, que lembra a Arietta da última Sonata para Piano, Op. 111. Quando começamos a acreditar que o final será assim sereno, a explosão do Presto inicial se repete e nos traz de volta à realidade.”
Beethoven – Bagatelas para Piano, Op. 126
Tanguy de Williencourt (piano)