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Beethoven – Quarteto nº 9 em Dó Maior, Op 59 nº 3, “Razumovsky nº 3”
BeethovenBeethoven: Segunda Fase

Beethoven – Quarteto nº 9 em Dó Maior, Op. 59 nº 3, “Razumovsky nº 3”

O Quarteto nº 9 em Dó Maior, Op 59 nº 3, é o último e o mais popular dos três quartetos que Beethoven escreveu para o Conde Razumovsky, embaixador russo em Viena, cujo nome deu origem ao apelido da obra, “Razumovsky nº 3”.

Depois de composições ambiciosas e revolucionárias, Beethoven criava, por vezes, obras mais melodiosas e relaxadas. Tomando como exemplo as Sinfonias, este é o caso da Quarta Sinfonia, depois da Terceira, a “Eroica”; da Sexta, a “Pastoral”, depois da Quinta; e da Oitava, depois da Sétima.

Assim também é o Quarteto Razumovsky nº 3. Enquanto os dois primeiros duram cerca de 40 minutos cada um, este dura pouco mais de meia hora. Enquanto os dois primeiros falam uma linguagem nova e difícil de entender, este, embora moderno e ousado, volta em certa medida a Haydn e Mozart.

O quarteto começa com uma introdução lenta, sem tonalidade definida, que lembra a introdução do Quarteto K. 465, “Dissonâncias”, de Mozart, compositor que Beethoven admirava muito; mas, se a introdução lembra o passado, o Allegro vivace que se segue é avançado, ousado mesmo. Há grandes saltos na melodia e passagens escritas para o registro mais agudo do violino.

O segundo movimento, Andante con moto, quasi allegretto, é muito original, diferente de tudo que Beethoven produziu em sua música de câmara. Seu tema é vagamente russo, talvez um complemento aos dois outros temas russos dos quartetos anteriores. Seu clima é melancólico, comovente, quase schubertiano. O uso do violoncelo em pizzicato, primeiro como acompanhante e depois em passagens solo, é original e extremamente importante.

O terceiro movimento funciona como uma pausa relaxante entre a carga emocional do Andante e a efervescência do Final. É na forma de Minueto Grazioso e não de um Scherzo, lembrando os quartetos de Haydn.

O Final é um perpetuum mobile, uma combinação de fugato com forma sonata, um verdadeiro tour-de-force técnico, cheio de energia e de exaltação.

Beethoven – Quarteto nº 9 em Dó Maior, Op 59 nº 3, “Razumovsky nº 3” | Quarteto Alban Berg

 

 

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