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Os Opus 1 de Beethoven foram três Trios. Mas, após apresentar este cartão de visita em 1795, passaram-se 13 anos até que ele retomasse o gênero. Dois novos Trios foram então publicados como Op. 70, entre eles o Trio para Piano e Cordas em Ré maior, Op. 70 nº 1.
Essas novas obras são fruto do incrivelmente produtivo ano de 1808 e são contemporâneas à Quinta e à Sexta Sinfonias. Tal como no caso dessas obras, Beethoven queria tirar o máximo de um material temático muito modesto.
Assim, o primeiro movimento do Trio Op. 70 nº 1, Allegro vivace con brio, é extremamente compacto, lembrando o primeiro movimento da Quinta Sinfonia em sua concentração em uma única ideia.
O movimento central, Largo assai ed espressivo, é um dos mais lentos que Beethoven escreveu. É sombrio, depressivo e fantasmagórico, cheio de suspense, de explosões melodramáticas e de passagens ameaçadoras no piano. Este movimento justifica o apelido de “Fantasma” que foi dado ao Trio por Czerny, aluno de Beethoven.
Na época, Beethoven estava cogitando escrever uma ópera sobre Macbeth e o tema do Largo se destinava à cena de abertura da peça com as três bruxas. O compositor acabou abandonando essa ideia. Caberia mais tarde a Verdi musicar esta cena.
No Presto final, tal como no primeiro movimento, Beethoven está preocupado em gerar muita música com pouco material temático. O desenvolvimento que o compositor faz deste parco material é notável. Conquanto a tensão seja mantida, é um clima de alegria que traz uma das mais apaixonadas obras de câmara de Beethoven à sua conclusão.
Beethoven – Trio para Piano e Cordas em Ré maior, Opus 70 nº 1, “Fantasma” | Daniel Barenboim (piano), Pinchas Zukerman (violino) e Jacqueline Du Pré (violoncelo)