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O Trio para Piano e Cordas “Arquiduque” é escandalosamente bonito. É o último dos trios de Beethoven e o coroamento de suas obras nesse gênero. Foi dedicado ao arquiduque Rodolfo, príncipe imperial da Áustria, discípulo, patrono e um dos amigos mais dedicados do compositor.
Beethoven adota nessa obra um novo estilo, caloroso, afetuoso, com melodias amplas e cantáveis, bem diferente do estilo heroico da Quinta Sinfonia e da Sonata “Appassionata”, por exemplo.
O primeiro movimento começa com um solo em que o piano apresenta um tema nobre.
A seção de desenvolvimento é elaborada e magistral. Nela, aparece a mais longa passagem em pizzicato de Beethoven – mais longa do que a do Quarteto Opus 74, “A Harpa”, que, aliás, recebeu esse apelido justamente por causa do pizzicato.
Merece também destaque a coda, que é brilhante.
O segundo movimento é um Scherzo vibrante, alto-astral.
A seção intermediária tem um tortuoso fugato cromático que prenuncia as obras da última fase.
O sereno movimento lento que se segue é marcado Andante Cantabile ma però con Moto, para evitar um excesso de solenidade.
São quatro variações de crescente tensão e complexidade sobre uma melodia em forma de hino, seguidas por uma coda sonhadora que liga o Andante ao Rondó final.
O final lembra a abertura do primeiro movimento: é um Rondó tratado com liberdade, alternando passagens leves com explosões temperamentais.
Beethoven – Trio para Piano e Cordas em Si Bemol Maior, Op. 97 – “Arquiduque” | Vladímir Ashkenazy (piano), Itzhak Perlman (violino) e Lynn Harrell (violoncelo)