Obras

O VOLTAR
Mozart – Sinfonia nº 36 em Dó Maior, K.425 – Linz
Carlos KleiberMozart

Mozart – Sinfonia nº 36 em Dó Maior, K.425 – Linz

No verão de 1783, menos de um ano depois de seu casamento, Mozart e Constanze foram visitar Leopold e Marianna, pai e irmã de Mozart, em Salzburgo. Depois da visita, Mozart escreve a seu pai:

“Na volta para Viena, perto da cidade de Linz, eu soube que ia haver uma ópera no dia seguinte, em Ebelsberg, e que toda Linz estaria presente. Resolvi ir também e nos dirigimos para lá. O jovem Conde Thun disse que seu pai fazia questão de nos hospedar. Disse ao Conde que não se preocupasse, mas quando chegamos a Linz, encontramos um criado esperando para levar-nos à casa do Conde, onde estamos agora hospedados. Bem, tenho de encerrar agora, porque preciso voltar ao trabalho.”

O velho Conde Thun de fato os recebeu calorosamente. Porém encomendou uma obra de porte a Mozart, para que sua orquestra a apresentasse em um concerto… dentro de cinco dias!

“Como eu não tinha nenhuma sinfonia comigo”, disse Mozart, “estou escrevendo uma nova a toda velocidade, porque precisa estar pronta para o concerto”.

Entre os dias 31 de outubro e 3 de novembro de 1783, na véspera do concerto, Mozart terminou a Sinfonia Linz, uma de suas melhores criações.

Não existe o menor vestígio de pressa na composição desta obra-prima.

No primeiro movimento, Mozart segue pela primeira vez o exemplo de Haydn, começando com uma introdução lenta, um solene e sombrio Adagio em tom menor.

O Allegro spiritoso que se segue começa com uma dignidade serena, que leva a uma majestade cerimonial, com trompetes e tímpanos.

O movimento lento, Andante, tem um suave ritmo de Siciliano. Suas longas linhas melódicas são harmonizadas e decoradas com a inventividade típica de Mozart.

A seguir surge um Minueto rústico, complementado por um Trio em forma de Ländler. A música deste movimento é usada, aliás, em algumas ocasiões, para danças de interlúdio, em produções das óperas Don Giovanni e Bodas de Fígaro.

O Finale é um Presto brilhante e enérgico. Novamente somos lembrados de Haydn, embora as melodias rodopiantes e o tratamento de ópera cômica que lhes é dado sejam decididamente mozartianos.

Mozart – Sinfonia nº 36 em Dó Maior, K.425 – Linz | Orquestra Filarmônica de Viena, Carlos Kleiber (regente)

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