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Composta entre 1825-26 (o manuscrito é datado de 1828), o que mais nos chama a atenção na Sinfonia nº. 9 de Schubert é o seu tamanho.
Nesse sentido, Beethoven tinha sido um precursor, com sinfonias que duravam mais de uma hora, como a Nona.
Schumann a descreve como de “celestial duração”.
Embora Schubert geralmente use motivos breves, ele atinge aqui as mesmas proporções de Beethoven. A diferença está entre o caráter duro do alemão e a narrativa mais suave do austríaco.
O primeiro movimento, Andante – Allegro ma no tropo – Piu moto, criativo e original, começa com acordes longos e heroicos nas trompas. Esse tema expansivo se torna parte crucial do trecho enérgico que se segue e retorna para formar seu grande clímax.
O segundo, Andante com moto, não é um movimento lento, mas sim uma espécie de marcha, talvez influenciado pelo Allegretto da Sétima Sinfonia de Beethoven. Algumas ideias temáticas possuem uma impressionante semelhança com canções do ciclo Winterreise (Viagem de Inverno), em particular com a canção “Der Wegweiser” (Placa de sinalização), cuja última frase é: “Tenho de seguir um caminho do qual ninguém retorna”. O tema sombrio contrasta com a leveza do primeiro movimento.
O terceiro movimento traz relaxamento na dança de um vigoroso Scherzo. Seu Trio tem uma efusão de melodia. É o precedente do final.
Deste, um Allegro vivace, podemos destacar sua pressa implacável e hedonista, inebriante e avassaladora, um tsunami de intensa alegria, durante o qual o ouvinte pode ouvir um eco da própria “Ode à Alegria”, de Beethoven.
Schubert – Sinfonia nº. 9 em Dó Maior, D.944 | Filarmônica de Viena regida por John Eliot Gardiner