As Danças da Liga de Davi (Davidsbündlertänze, Op. 6) é um conjunto de dezoito peças para piano composto por Robert Schumann em 1837. Seu tema é baseado em uma mazurca escrita por Clara Schumann, a quem a peça foi dedicada. Seu caráter íntimo faz desta a mais pessoal das obras de Schumann.
A “Liga de Davi” é uma sociedade imaginária criada por Schumann, que reúne os compositores modernos em luta contra os filisteus, os compositores antiquados e medíocres. O título faz alusão a personagens da Bíblia.
Atribuídas a Florestan e Eusebius, os alter egos fictícios de Schumann, as peças seguem uma ordem que alterna a autoria entre os dois, representando a personalidade musical dividida do compositor e seus traços contrastantes – Florestan, impetuoso; Eusebius, lírico:
- Lebhaft (Vivaz)
- Innig (Íntimo)
- Mit Humor (Etwas hahnbüchen) (Com humor, um pouco arrogante)
- Ungeduldig (Impaciente)
- Einfach (Simplesmente)
- Sehr rasch (und in sich hinein) (Muito rápido e internamente)
- Nicht schnell (Mit äußerst starker Empfindung) (Não rápido, com muito sentimento)
- Frisch (Fresco)
- Lebhaft (Vivaz)
- Balladenmäßig. Sehr rasch (Como uma balada. Muito rapidamente)
- Einfach (Simplesmente)
- Mit Humor (Com humor)
- Wild und lustig (Selvagem e engraçado)
- Zart und singend (Delicado e cantante)
- Frisch (Fresco)
- Mit gutem Humor (Com bom humor)
- Wie aus der Ferne (Como à distância)
- Nicht schnell (Não rápido)
O pianista e escritor Charles Rosen faz a seguinte observação sobre a obra:
“O significado de Davidsbündlertänze não pode ser posto em palavras, naturalmente, mas chega mais perto de palavras do que qualquer obra musical que eu conheça. Com sua combinação de lembrança e nostalgia, humor e obstinação, parece aludir a algo escondido dentro da obra que cabe a nós adivinhar… e não encontrar. Seja como for, cabe ao reticente Eusebius a última palavra.”
Schumann – Davidsbündlertänze, Op. 6 | András Schiff (piano)
Ouça também a interpretação histórica da obra pelo pianista Geza Anda (1966):